quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Hoje é um bom dia para se ser empreendedor!



Esta vista deslumbrante da esplanada do Instituto Universitário Justiça e Paz é o mote para o artigo de hoje.

Hoje escrevo porque aprendi algo novo, mas vamos por partes.

O projecto encontra-se praticamente no mesmo momento que há um mês atrás. Por impossibilidades várias, a reunião com a escola ainda não se deu, mas confio que haverão desenvolvimentos em breve.

Existem, no entanto, outros desenvolvimentos que podem dar toda uma nova dimensão ao projecto, alterações de fundo que podem definir um novo caminho para chegar ao mesmo destino.

Talvez seja por isso altura de vos falar do processo de criação e das transformações que entretanto foram moldando as minhas ideias, às quais hoje acrescento um novo capítulo.

O "Criar Raízes" surge verdadeiramente no âmbito da cadeira de Planeamento Regional e Urbano, leccionado pela Professora Doutora Sara Pires no curso de Administração Pública e Privada da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Não tenho duvidas quanto ao papel da Professora em todo este processo, ao transmitir-me com sucesso a sua paixão pelo desenvolvimento sustentável.

Inspirado pelos seus ensinamentos e apoiado nos meus ideais de Justiça Social (os quais bem posso agradecer ao meu paizinho e à minha mãezinha), desenhei e apresentei na autarquia uma proposta mal-amanhada de Agenda Local 21: um processo através do qual as autoridades locais trabalham em parceria com os vários sectores da comunidade na elaboração de um Plano de Acção por forma a implementar a sustentabilidade ao nível local.

A ideia não era má, mas não era passível de ser posta em prática. Simplificando, o processo exige uma equipa técnica e esta exige dinheiro. Eu pensava ter uma forma de ultrapassar isto, através de apoios ao emprego providenciados pelo Estado, planeava incorporar nessa mesma equipa técnica jovens recém-formados, criando uma Agenda Local 21 completamente endógena, mas como não exerço funções na autarquia e o processo é relativamente moroso e complexo, percebi que este não era o modelo a seguir.


Aquilo que se aproveitou foram os ideais, a filosofia e algumas das propostas concretas que deram origem ao "Criar Raízes", o projecto que vos quero dar a conhecer e que espero que possa vir a mudar muitas vidas no nosso Concelho. Agora reorganizado como um projecto pessoal que pretendo levar a cabo com o apoio da autarquia e das instituições, mas que não dependa delas quer a nível de funcionamento, quer a nível de financiamento.

Nesta fase não posso deixar de mencionar a Joana, a mulher da minha vida e um dos pilares da minha existência. Ela, mais que qualquer outra pessoa tem sido incansável no seu apoio. O entusiasmo e a felicidade pura que tenho em cada pequeno avanço é por ela espelhado e dá-me alento para prosseguir o meu sonho. Se não pensei sequer em desistir, a ela se deve.

Partilho isto convosco para vos demonstrar a importância das pessoas que me rodeiam e com quem me vou relacionando durante todo este processo. Fiel à minha filosofia, este não é um projecto completo e inerte, mas antes em constante transformação, que se alimenta do cruzamento de ideias e competências.


Foi nesse sentido que se deu uma verdadeira intervenção divina. Neste mesmo espaço de onde vos escrevo, tive ontem o enorme gosto de reencontrar o Padre Paulo Simões, actualmente Director deste instituto de onde vos escrevo. 


Para quem não sabe, o Padre Paulo é também um "produto" da nossa terra, originário de Gondelim tal como eu. Senhor de uma Gravitas muito própria, a sua amabilidade e simpatia é apenas superada pelo seu espírito de missão, bem patente em cada pequeno gesto. Isto aliado à sua juventude torna-o uma figura realmente notável.

A conversa desembocou eventualmente nos meus projectos de futuro e o "Criar Raízes" assumiu um papel central. Reconhecendo o valor social do conceito, o Padre Paulo recomendou-me falar com a Drª Cidália Pereira, Directora do IEFP de Coimbra, e em boa hora o fez.

Num misto de arrojo e sorte, consegui uma reunião. Sem dúvida intrigada com a minha menção do Padre Paulo, recebeu-me na hora e eu não perdi tempo a explanar todos os meus projectos o melhor que pude. Posso garantir-vos que foi a conversa mais produtiva que tive em meses!

Ouviu as minhas ideias, apontou fragilidades e sugeriu outros caminhos que ainda me estavam vedados. Estabeleceu comparações com dezenas de projectos que já lhe passaram pelas mãos, e com um conhecimento invejável de Penacova, das suas gentes e do melhor que o concelho tem para oferecer, propôs-me que pensasse mais além. Mostrou-me que para que haja a continuidade desejada são precisas duas coisas: criar movimento, recrutando as pessoas necessárias para o projecto engrenar, e pensar no financiamento de longo prazo, reafirmando a sua identidade mas acrescentando um substrato empresarial.

Isto é a peça que faltava no puzzle, a meu ver. Orientar o projecto para a criação de uma empresa dá-lhe um propósito e uma finalidade. Resolve o problema da continuidade e as questões de financiamento que surgiriam mais tarde ou mais cedo. Abre-se assim a possibilidade de me dedicar a  ele a tempo inteiro e ganho o poder de criar empregos, incluindo o meu próprio.


Obviamente, nem tudo são rosas. O simples facto de criar uma empresa tem vários obstáculos que vou ter de aprender a contornar. Primeiro é preciso que essa empresa seja fiel à filosofia original: que trabalhe com os recursos existentes, que seja sustentável, que crie riqueza e acrescente valor ao concelho e às suas gentes. Depois, tem de existir um objecto/produto endógeno para produção e um mercado para ele que providencie retorno suficiente não só para manter a empresa mas também para financiar as outras actividades do projecto. Será ainda importante fazer uma gestão racional dos recursos e ter sempre em vista a função social da empresa muito mais do que possíveis lucros, bem como saber separar as águas quando tal for necessário. 


Mas tudo isto são apenas suposições neste momento. A mim aguarda-me trabalho árduo naquilo que é a prossecução dos meus ideais, mas admito que a vontade de seguir em frente nunca foi tão forte como hoje!

Acompanhem-me neste processo!

5 comentários:

  1. Desejo-lhe a maior sorte. O seu entusiasmo é já um primeiro grande passo para o sucesso. Vai ter muitos entraves neste país onde vivemos e por vezes vai parecer-lhe que está a dar um passo para a frente e dois para trás. Mas não desista. Os sonhos realizam-se e dependem de nós. Espero acompanha-lo neste seu blog e felicita-lo daqui a um tempo...

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    1. Obrigado pelas palavras José, de facto sinto muitas vezes isso, mas felizmente tenho tido algum apoio e o sonho continua. Publicarei novidades em breve, obrigado mais uma vez!

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  2. Se puder ajudar, seja por meu intermédio ou do Penacova Actual, estarei ao dispor, sempre que precisares. Acredito porque, felizmente, é por esses objetivos que me pauto diariamente, e sei avaliar o quanto significa contribuir para esse modelo de sociedade que preconizas. Desejo-te os maiores sucessos.

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  3. Obrigado Pedro, toda a ajuda é bem-vinda :)

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  4. É bom ver-te tão empenhado e num projeto tão importante como este. Houvesse mais homens e mulheres de causas. Sei que vais brilhar e ultrapassar cada obstáculo que surgir com sucesso. E já sabes que aqui a psicóloga está de serviço, disponível para qualquer necessidade ;) Força!

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